Poemas : 

Trapos velhos

 
rebusco a sintonia
dos paradigmas
na consonância da explicação
e da sua devida compreensão
sem frases alinhavadas

a talhe de foice
se fomentam novas ideias
espezinhando
conceitos e investigações fidedignas
e relevantes
nas reuniões da insatisfação
perante as vozes secas da discórdia

há sempre um trâmite descabido
na apreensão de todos os homens
e nas gestas a que se vinculam
perante teorias demagogas
e muitas vezes sem o delicado sumo
do uníssono aplauso

tudo se tenta pisar e repisar
sem a filtragem devida
conotando a celeuma
com puro arcaísmo
vigorando-o
em ultrapassadas opiniões

me vem à tona da mente
aquela máxima
bem arcaica:
- velhos são os trapos

António MR Martins


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
Autor
António MR Martins
 
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Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 13/11/2012 01:39  Atualizado: 13/11/2012 01:39
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: Trapos velhos
Boa noite, poeta!
Belo texto para reflexão!
Muito bom mesmo! Bjos!

Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 13/11/2012 15:28  Atualizado: 13/11/2012 15:28
Membro de honra
Usuário desde: 20/05/2008
Localidade: Porto
Mensagens: 2999
 Re: Trapos velhos
O ser humano é uma máquina (im)perfeita cuja maior (im)perfeição é julgar-se eterno. E nessa ilusão, se julga poderoso, sábio, dono da razão - novo. Novo, na acepção de ser capaz de revolucionar e de descobrir coisas que os "velhos" não descobriram... Enfim. voltamos à análise subjectiva do arcaísmo: velhos são os trapos...

Um abraço, António.