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(I)
,como o céu pela noite é monótono, negro sem os riscos de estrelas-cadentes,
rápidas, sem avisos, silenciosas,
esvoaça o perfume do jasmim noturno que penetra, invade.
Escapa-se-me a fuligem do crayon por entre os dedos,
impressões digitais que ficam no papel,
sem letras, ou exclamações, ou perguntas,
,retiram-se alguns momentos, algures
partilhados, a sombra do castanheiro dança ao vento,
nas raízes nascem cogumelos descoloridos,
(II)
,relegam-se fogos que consomem vénus pela manhã,
desejos, ânsias,
e os sons transformam-se, acicatam cavalos imaginados,
loucos, sem destino, sem crinas,
finda
a noite.
"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"
("Afrodite? Não" Jorge de Sena)
Textos de Francisco Duarte