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Vale das Lágrimas

 
Eu estou tão triste tanto quanto acho que deveria estar
Nem a mais e nem menos pesar.
Sentimos a dor do desamor sem recuar.
Aceitamos que não há volta, sem ao menos acreditar.
Não há culpados, embora muitos erros.
Não há raiva, embora cicatrizes profundas.
Há dois feridos. Com pesares diferente.
Com corações partidos e alma a sangrar
Num derradeiro para sempre
Que ficou sem o sempre.
Há muita saudade, sinto por demais tua falta.
Mas mudamos, tudo muda, nosso mundo mudou
E queria muito dizer tchau, pois separamo-nos.
Adeus, sem dor, só que não dá.
Amor e dor, alegrias e tristeza, choros e risos.
Caminham de mãos dadas pelo caminho.
E agora chegou a hora, nesta estrada,
Do vale das lágrimas.
Purpúreo, nublado, de terra morta
Com um caminho que se perde no horizonte
Pois ele, também já não há.


Oh ego Laevus!

 
Autor
Raul de Oliveira
 
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