O teu rosto é uma nuvem esmorecida
Um passado esquecido
Na folha de papel rasgada
Esquecida pelo chão.
Não sei de teu nome
Por ainda não o inventei
Tento trazer-te ao mundo
Mas cansei de falhar!
Trago no meu peito
Um vazio igual a ti,
Está sempre dentro de mim
Mas não consigo tirar pra fora.
Escondo a lágrima que é tua
E a tristeza que me traz a lua
Quando me fala de ti.
Estás lá do outro lado
Como se fosse outra dimensão,
Que eu não consigo imaginar.
Olho as estrelas
E deixo a chuva molhar-me
Pra tentar descobrir
Se ainda estou vivo
Ou se estou preste a desistir.
Às vezes quando a solidão aperta
Penso em deixar,
Está minha aventura louca
Que é a de tentar te encontrar.
Mas logo vêm a esperança
E a possibilidade do teu olhar.
E tudo recomeça sempre igual ao diferente
Igual ao que sempre.
Fico aqui só.
Junto à humidade da parede
Encolhido com o frio.
À espera que venha a morte
Disfarçada de ti
Tentar persuasir-me
A deixar levar os restos
Do que hoje eu sou.