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da natureza em tons de verde desbotado,
um sol nublado, quão distante a nebulosa destapada,
reaviva-se a esfera, o cilindro, porque não o cone,
memória nessas formas fundamentais
que se sossegam, liberta-se a vénus da beleza endeusada,
inexistente.
dilacere-se a tela, que apodreça num deserto de sal
que se desfaça fúnebre,
purifique-se, putrefaça-se,
(I)
,ténues formas de ramos quebrados
que restaram em estilhas, estilhaçadas, vãs,
almejaram um dia serem floresta
por entre os traços fortes, impiedosos,
deste olhar silenciado
atravessando árvores adormecidas,
[calou-se o silêncio que atravessava algumas árvores moribundas]
perde-se toda a terra de outrem,
(II)
ninguém novamente.
"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"
("Afrodite? Não" Jorge de Sena)
Textos de Francisco Duarte