Sem abrigo
Na rua estreita
na rua escura
a lua espreita
toda brancura...
Vou pela noite
num tremedouro
frio é açoite
chuva é um choro
Alma descalça
corpo transido
Para quem passa
sopro é gemido
Mágoa sem nome
em cada porta
morro de fome
mas não estou morta
Quando chegar
a madrugada
volta a cantar
a passarada
E eu, então
volto a nascer
O sol na mão
vai-me aquecer!
Maria Helena Amaro
janeiro, 2009
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2012/11/sem-abrigo.html
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