Sob os olhos densos da noite,
num adeus trágico
e melancólico,
sinto presságios vazios
duma morte que Sonhei ...
É aí, onde todos os Poemas
são possiveis!
E correm Rios-de-Sangue
em veias esquecidas,
abandonadas, não-sentidas,
p'los canais-do-Ser ...
Mas que Ser?! Qual Ser?!! Meu pobre Ser!!!
Lastro-de-esquecimento
enredado nas esteiras-da-memória
que cala as batidas do Coração!
Meu pobre Coração!
Talvez que eu morra nesse Rio!
Talvez me morra num Poema,
ou simplesmente, fique neste não-Ser
que faz de mim Sou! Um Ser-distante!
E a Vida, essa qu'inda sinto nos pulsos,
flue noutro espaço, noutras formas,
se plasme noutras palavras, noutras Vidas ...
... ... ... além-de-mim ... ... ... ... ...
E porque escrevo,
sinto no fim uma Paz imensa ... e é aí,
onde me encontro no meu-Verdadeiro-Ser!
Ricardo Louro
em Évora
Ricardo Maria Louro