Poeira, Poeira no estradão
Poeira, Poeira do meu sertão
Não se vê mais poeira
Devido a urbanização
O asfalto cobriu toda a terra
Poeira agora é poluição
Tenho saudades de outrora, vinil na vitrola, lindo amanhecer
O velho fogão de lenha, vacas na ordenha, frio de tremer
No céu a lua apontando, a mata clareando os confins do grotão
Meu violão seresteiro, modas no terreiro a luz do lampião
Poeira..
Sapatão sujo de barro, lá no serrado canta o carro de boi
Os velhos amigos, tempos antigos, sonho que se foi
A mãe natureza inspirava o poeta uma nova canção
As coisas tão belas, formas tão singelas do meu lindo sertão.
Poeira...
Vejo que os dias são tristes, o céu poluído não se vê tão azul
Igual um manto estrelado, a noite se via o cruzeiro do sul
Hoje estou velho cansado, fui peão arretado, há tempos atrás
Ai que saudades da infância, tempos de criança que não voltam mais
Poeira dos meus sonhos não realizados se foram embora
Este pobre matuto, coração de luto chora os tempos de outrora.
O tempo passa e fecha a porta, só nos resta a saudade do tempo que não volta mais.