Eu tenho pressa de sorrir,
Vou, e tenho pressa de voltar...
Tenho pressa, e vou insistir,
Em correr, mesmo sem sair do lugar...
Pois não acredito nas palavras do mundo,
Nem mesmo nos abismos da noite...
Que são de mistérios profundos,
Onde se esconde o martelo e a foice...
Por isso tenho pressa de me esconder,
Para não ter a cabeça cortada...
As mãos marteladas, a dor de saber,
Que vivo com pressa a procura do nada...
Pois a pressa é minha, e vivo,
Vivo na inconstância da velocidade...
Pois tenho no sangue, o elemento nocivo,
No principio ativo de minha verdade...
A verdade escarrada da fé doentia,
De quem espera a extrema-unção...
Dada com um tapa de mão vazia,
Com a falta de inspiração...
Assuma ou suma... Eu tenho isso por resumo,
Porque conversar com Deus, não é garantia...
Aos meus erros, eu assumo,
Na razão de ter, uma alma doentia...
Por isso eu tenho pressa,
E vou até onde não se pode ver...
Pondo o meu mundo às avessas,
Porque tenho pressa, pressa de viver...