Passas a língua sobre o rio que parou de correr
Procuras ávida o que o mar não devorou,
Chagas, amantes ocasionais degradam-se
Nas flores ressequidas que alguém te ofereceu
Sossega o vómito, a luz levanta-se
Das palavras cuspidas em surdina
A dor aperta, amputei as marés dos teus braços,
Da ausência, da timidez dos santos
Na suave ansa do grito espelha-se o lume
Deixemo-nos aquecer nas incuráveis
Preces do inferno antes que arrefeça
Carlos Val