Poemas : 

,atemporal

 
*


.

ah...


quantas são as vontades em que se apocalipsa o sujeito,

perdido, reencontrado,

porque elipses pela madrugada mantém a dúvida constante,
forram-se as paredes, antes alvas, antes lisas, antes desnecessárias,

e

sufocam árvores à beira da estrada.

ela

sorri, enquanto a roupa continua dispersa pelo chão,
atemporal, desinteressada,

ele

reconstrói sonhos antecipadamente escolhidos,
sem pormenores, desapaixonados, desapegados.

Quantos mais predicados serão precisos?

ah...

resistem maresias símiles fragrâncias no caos que se revisita,
suprimidas, escondidas.

e,

eu
sento-me, neste precipício que me afugenta do caos.


vai e caminha...



"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"

("Afrodite? Não" Jorge de Sena)






a palavra "apocalipsa" é propositada

Textos de Francisco Duarte
 
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F.Duarte
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/11/2012 11:43  Atualizado: 02/11/2012 11:43
 Re: ,atemporal
*É, um novo ciclo, e as palavras fremem no ribombar dos sentidos e sentimentos.
Forte e visceral.
Sr. Duarte, eu admiro tua escrita.
BeijoKa*