Manuel (1911-1982) e Piedade (1910-1990)
Minha mãe era a Primavera irreverente,
buliçosa, promissora, esfusiante,
tinha nos olhos um clarão ardente
e na boca um riso cativante.
Meu pai era um Outono sossegado,
o doce por do sol ao fim do dia…
Um sorriso sereno, demorado,
em busca de paz e de harmonia.
Minha mãe era a palavra e dizer:
-“Isto sim…isto não… O que há-de ser?
Porque sim…porque não…e porque é…»
E o meu pai tão calmo e paciente:
«Deixa lá isso…Isso não é urgente…
Eu venho já…vou tomar um café.»
Inédito
Braga, Dia dos Avós, 26/07/2009
Maria Helena Amaro
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2012/10/manuel-e-piedade.html
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