VESTIDO CARO
Nunca fui político, e nem gosto de estadista,
nunca fui rico, mas nem na sombra do Heike Batista,
mas minha mulher, a situação não entende...
Por que, nunca me pediu uma poesia?
Creio que pensa, que faturei alto na loteria,
ou sou sócio, de mina de ouro, de algum duende...
Nunca pus meus pés num Camaro,
mas ela? Só pensa em vestido caro,
nada mais em mim suspende...
Será que quer ver me gelado, numa tumba?
Mas resolvi, vou agora apelar para a macumba,
onde cartão de crédito e nem cheque se negocia.
Estou apelando, vou aprender lá no terreiro,
como fazer, para não gostar tanto de dinheiro,
como brecar essa vontade, com a feitiçaria...
Quero esquecer essa maleta,
mas... Acabou a tinta da caneta,
onde nem papel, nem lápis existia...
GIL DE OLIVE