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Encontro o outro
busco-o eu.
Mesmo que em coito,
ou sem
cem, dez, dez milhões...
Todos iguais.
Arranco os olhos do outro
para ver-lhe tal qual vê.
Empresto minhas órbitas almáticas,
chamadas janelas,
abertas,
- número três -
e entram insetos.
O outro é cego.
Nada a ver o outro ver
para crer que sou eu mesmo
um outro
mais um.
Se anula-me
ou anulo o outro
logo logro
olho gordo
e como-o corpo
com visão.
Loucos outros, como eu,
convulsivos fingindo dançar
com os olhos tapados.
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