Fosse o amor servido
Em pranto frio, consternado!
Fosse-o, inda mais, vivido
E todo em mim, encarcerado!
E quando volvesse imergido
De um viver amargurado,
Fosse-o amor esquecido,
E inda todo sê-lo, passado...
E dói-me amor entristecido!
E em segredo vou definhado!
Meu olhar, endurecido,
Suporta a dor, ensimesmado!
Oh pesar tão condoído!
Oh existir tão angustiado...
Fosse-o, do amor, o rugido!
E inda todo sê-lo, passado...
Rói-me um desgosto frígido
No palpitar do peito cansado...
Oh coração, amor inexistido!
Oh sonhar, espírito arrebatado!
Arrasta-me céu enegrecido!
Sou a solidão do condenado!
Fosse o amor, compungido!
E inda todo sê-lo, passado...
Oh sofrer, em mim, jazido
Sob lájea marmórea, deitado!
Fosse-o, amor, existido!
E inda todo sê-lo, passado...
(® tanatus - 14/12/2009)