Luso-Poemas
 
Poemas : 

Poema para ler e cheirar

 
.

Borboletas de acrílico e alquimia.
Pássaros de metal azul.
Tráfego celeste.
Aviões de rastro químico,
peste epistêmica disseminada
pelos ares
e aros grossos das lentes de hoje.
Lentes de ler jornal
lentamente.
Doente e adverbial
sempre mentindo
para dar o estado de ato,
de constância,
de modo.
Ser, estar, parecer,
para ser.
Alucinadamente
é mente que alucina.
Perdidamente.
Carinhosamente.
Absurdamente.
A mente mente.
Ela mesma, coisa-gente,
com eme de merda ao início.
Este poema cheirou mal
ao final.
Escatologicamente.

.

 
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thiagodebarros
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Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 26/10/2012 19:56  Atualizado: 26/10/2012 19:56
Membro de honra
Usuário desde: 29/01/2008
Localidade: Maringá-
Mensagens: 2008
 Re: Poema para ler e cheirar
O poema é bom, mas acho que não tem cheiro.
Cheirar outras coisas, não me parece bom.
Mas cada um tem a sua opinião.

abraços:


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/10/2012 20:04  Atualizado: 26/10/2012 20:04
 Re: Poema para ler e cheirar
Vim "cheirar" (rsrsrsrs), e me deparei com algo que já aprendí: a estética não é o que sabe bem aos sentidos, não é o belo exatamente como idealizado, mas esse estranhamento, esse impacto. Troquei uma surpresa por outra e digo que você é um excelente escritor. Sabe e domina esse exercício de escrever.

Abraço,

Sandra.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/10/2012 22:00  Atualizado: 26/10/2012 22:00
 Re: Poema para ler e cheirar
é de cheirar sim, e flui. e é de beber também, bebi, e se sólido fosse comê-lo-ía. este poema não cheirou mal ao final, ledo engano, o que há são narizes defeituosos... escatologicamente.

(Eu bebo sim, e estou vivendo. Tem gente que não bebe e está morrendo!)

meu abraço caRIOca ao amigo e poeta Thiago.
zésilveiradobrasil

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