Poemas : 

,quer o ser redimir-se, jamais as cores

 
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Se a face esconde nuvens dispersas,
que se sufoque o beijo.

Ilumina-se a loucura, crocodilos alados
vagueiam sem sentido por entre o perfume de madressilvas imemoriais,
e quando peixes voam sem destino, sentimentos se dirá.

Rasgue-se o escrito que vagueia por paraísos irreais
reinventados a cada momento,
a dor fica de fora, expectante, atroz.
A miséria também, entediante, sem verve.

Dos regressos esperneados por sonhos
descoloridos,
quer o ser redimir-se, jamais as cores,
e dos braços, como arbustos fustigados pelo furacão,

seja feita a vontade, em suave toque, sem o pulsar
da carne.

Regozija-se o cansaço impiedoso,
naquele mesmo momento, único,

[por entre o perfume das madressilvas, imemoriais].




"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"

("Afrodite? Não" Jorge de Sena)








Textos de Francisco Duarte
 
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F.Duarte
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Enviado por Tópico
Felipe Mendonça
Publicado: 26/10/2012 10:31  Atualizado: 26/10/2012 10:31
Usuário desde: 01/12/2011
Localidade: Rio de Janeiro
Mensagens: 541
 Re: ,quer o ser redimir-se, jamais as cores
Duarte, encanta-me os teus versos, como sempre. Grande abraço.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/10/2012 10:57  Atualizado: 27/10/2012 10:57
 Re: ,quer o ser redimir-se, jamais as cores
Me perco em tuas palavras... Bjo