Em cada verso escrito, contava um pouco de mim
No disfarce de minhas dores, momentos em agonia
Versos frios e inquietos, na despedida do dia, enfim
Morte lenta em passos que o presente em travessia
Em terra que o tempo desafia, o que se entende por fim
O porquê de todo o sentido, o amanhã que clareia o dia
No cerrar dos olhos, um mundo que se fecha no confim
Da missão que em desfecho, meu legado em ti é poesia
Linhas impregnadas de desejos, poemas pautados no frio
Recheados de prazeres órfãos, rimas sombrias e sem nexo
A quem a vida era a cor, era a rosa, um acento circunflexo
No silêncio das almas em sexo, momentos em plexo doentio
Rompem-se ao destino, no enfado do impossível complexo
Carregando na lembrança os versos de um amor em anexo
Murilo Celani Servo