Estava além
Da minha lucidez
Um palmo acima
Da sua insensatez
Lembrava tudo
Como se fossem
Tulipas brancas
Era a minha
Primeira noite, aqui
E ela ali tão
Desassossegada-mente
Não se sente
(Mas há ainda
O perfume das flores)
Estava aquém
Da sua embriaguez
Um passo à frente
Outro passo atrás
Vasculhava os jardins
De pedra
Espiava as catacumbas
Ainda frescas
Absorvia a dor dos mortais
Alegoricamente
Consente metódica
A mente na praça
Na mais intrigante
Exposição da sua pequenez
(Mas há ainda
O perfume das flores)
Abrupta-mente
Reconheceu-me
Na essência
Da sua malvadez
A mente indiferente
É míope na fronteira
Que divide o tempo
E segue no tempo
Sem hora
Cegou de vez!
Poema enviado para concurso DRACA