Sonetos : 

Afrodite

 
Teu corpo de Afrodite incidental,
Nascido entre os escombros do meu dia,
Me surge enquanto dispo-me da cal
Das horas consumidas sem valia.

Teu corpo, epifania conjugal,
Sigilo e afago após a bizarria
Que me aflige tornando mais brutal
A mão que à noite busca-te erradia.

Refúgio de quem vive em meio às feras
De todos os banidos das esferas,
Dos anjos, prometeus e satanás

Que agora gozam, amam e trabalham
Na luta pelo pouco que amealham,
Afã com que teu corpo se compraz.

 
Autor
Felipe Mendonça
 
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Enviado por Tópico
cirodiverbena
Publicado: 22/10/2012 15:49  Atualizado: 22/10/2012 15:49
Da casa!
Usuário desde: 11/07/2008
Localidade: Votorantim - SP
Mensagens: 223
 Re: Afrodite
Belíssimo soneto com versos decassílabos perfeitos e ritmo
contagiante...Gostei imensamente...Parabéns Poeta...Saudações...
Ciro!