Eleição
(Mauro Leal)
Dois promissores viajando e suas plataformas e vantagens expondo:
Um apaixonado irradiava de alegria
e mesmo que sem soberania,
o segredo por voto de respeito não revelaria,
e devaneando por entre as belas paisagens, na brisa prosseguia
e quando a aludida era a suspeita "eleita",
um desespero desestruturava e o seu peito apertava
e nas exposições das metas se perdiam
O outro: candidato otimista, intencionado, oportunista
pelo privilegio de ser propínquo
e conhecer as mazelas econômicas e sociais,
sem decoro, punha a infamar:
- Nunca uma eleita foi tão cortês em acompanhar,
e em discurso, entre propostas, encontros e promessas,
a conduzia em suspense, afagos e suspiros
pelas estradas empoeiradas e desertas
no molejo dos perfumados acentos reclinados
onde os seus desejos com jeito conquistavam e saciavam,
distanciando e liderando as pesquisas
por sua vida ilibada e descompromissada.
Na moral, confiante no comício e no cabo eleitoral
deixava o correligionário democrático, surpreendido e decepcionado
pelo que vinha ouvindo dos lábios da prestigiada
que sofria de saudade no peito, por ser o querido do pleito,
mas que pelas circunstâncias e conveniências, fez mais esta aliança,
porém veementemente afirmava
que a esta decisão se entregava
pelo verdadeiro pretexto de ficar perto "do partido de seu desejo".
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