Das noites minguantes que se estatelam
pelas auroras exuberantes,
reluzem sombras atávicas repetidas,
sem dor, encadeando caminhos repetidos,
algumas eclipsam-se com a luz,
outras seguem os corpos desconjuntados,
que se misturam,
que se esfolam em cada canto.
Sombras inquietas que se agregam
como colmeias,
formam buracos negros, aqui, ali,
engolindo os distraídos distantes.
Ignóbil visão refletida em espelhos quebrados
pelo rápido acordar, inconsciente,
alfa e omega que se unem,
as sombras em desassossego, sossegam por fim.
Sós.
"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"
("Afrodite? Não" Jorge de Sena)
Textos de Francisco Duarte