Pensamentos abnóxios pululam,
sem conteúdo, sem visões das
vielas sombrias entardecidas,
adormecidas de adamastores.
Refletem-se alguns desgostos longínquos,
algures,
que o tempo enterrou por entre gerânios,
restou o perfume.
Encruzilhada, terra sem caminho,
afrodísia incapaz de gerar,
revestida de penhascos que ferem a alma,
para sempre.
Pensamento infértil, infame,
inflamado nas vãs distâncias,
que se quedaram quais cascatas um dia cuspidas,
que brotem nenúfares.
Escafeder-me-ei como se de uma cenreira se tratasse,
acordar-me-ei desta vã apatia,
por estes todos pensamentos obnóxios
que tantas as vezes me cercam.
Que restem sons em silêncio..
"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"
("Afrodite? Não" Jorge de Sena)
Textos de Francisco Duarte