Salvemos nós – Lizaldo Vieira
Dos pecados de Eva e Adão
Desse aumento do consumo
Depois de comer do fruto proibido
Viver o paraíso
Com operação na navalha
Não será mais possível
Viveremos na lama
Na poluição
De agonia da chuva acida
Inda mais
Depois de aturar as mentiras de políticos
Na enxurrada eleitoral
Nunca estamos ás salvo
Do tal mal
Quem tem pernas curtas
Que se dane
Bucha de canhão
Enquanto o diabo torce o rabo
Querendo lavar égua
Com todos no fogo do inferno
A barriga de aluguel
Virou moda
Faz a festa das provetas
Dando lugar ao filho
Do amor proibido a dois
Chega de infiéis
Jurando promessas de céus
Em troco de alguns trocados
Temos fome
De verdades absolutas
Nuas
Cristalinas
Cruas
Olhos nos olhos
O saco
De vazio
Já não se põe de pé
Enquanto José e Raimundo
No mundo nos negócios
Fazem sobrar fome
Aplicando nos fundos da gripe da galinha
Da vaca louca
Catapora
Sarampo
Rubéola
Encarecendo a formula
Do controle epidemiológico da escare lumbricoide
Nos infelizes da vila dos miseráveis
Dor de barriga
Coceira
No saco
Não dão uma só vez
Pro azar do freguês
Tomar banho em maré de com água viva
Depois das águas de março
É madeira de dar em doido
As cheias de trovoada
Aguardam-nos
A cada lua nova
Esperamos a solução da seca
As temperaturas estão elevadas em caipe velho
Pra quando outubro vier
Com tempo sujeito a chuvas e trovoadas
Falam isso e aquilo do temporal.
Mas na verdade
Ninguém suporta tanto calor
Somos sujeito da chuva
Do sol a pino
Só assim
Dos ventos alísios
Só assim teremos manhã de primavera
Se repetindo
Com vida
E fulo brotando
Nos quatros cantos
De gaia
Enquanto olho d’água brota
Nos grotas semeando
Lama pra casa de sopapo
E eu sozinho
No barraco
Olhando goteira
Gritando Help
Com medo de lobisomem
Ou de mula de pade
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...