Poluição visual para quem de canto me espia
Arte no corpo para quem senta e toma um café
O olho torto que me segue, às vezes é cego de fé
A fé que está tatuada na estupidez da pouca perspectiva.
Orgulho-me das memórias registradas com a agulha
Desde uma obra-prima até alguns traços tortos e verdes
Muito mais verdadeiro que seus diplomas pelas paredes
Não é por capacidade que o seu sistema me anula.
Prefiro rabiscar o que ME agrada pelo MEU corpo
Ao vomitar todos os bons motivos nesta sua cara
Mesmo diferente não me sinto uma pessoa mais rara
Continuo único, igual a todos, no fim estou morto.
Quando te olho, reparo apenas em seu semblante
Esqueça os furos na pele, eu sei reconhecer a dor
Não querem que eu pinte a pele, mas pele não tem cor
Então está eternizada toda a magia de um instante.
Raras vezes supérfluo, procuro minha mensagem
Pouco mais de metro e meio para mudar o meu retrato
Não mudo o que é interno, importo-me só com fatos
Enquanto reflito no mundo encho meu corpo de tatuagem.