O verde que se perde nas folhas, O verde cor da esperança. A esperança que morre no suave balançar da queda. Os tons de castanho tomam o verde O vento em fúria arranca-as dos fortes ramos E lentamente transporta-as até ao solo. Um corpo morto de olhos abertos, Caído no chão focando um ponto no Céu Onde Vejo o tempo passar em camara lenta. Presa a memórias, Presa a um passado distante, Presa a um presente inconstante. Fico imóvel… Sem forças no Outono da minha vida. Observo a morte ao meu redor Que cobre o meu corpo folha a folha. Espero o fim, o fim chamado Inverno O frio da ausência, O gelo do silêncio, O congelar da indiferença. Coberta pelas folhas do que fui, Do que sou, Do que não me deixaram ser. É o ritmo que marca o coração O compasso lento, Que me diz que ainda estou viva. E me mantém presa no limbo vivo Espero, Como as pedras… fria, imóvel, sem vida, O voo que irá anunciar A Primavera do meu ressuscitar