SE NÃO FOR CURÁVEL... É CRÔNICA.
Todos os gêneros literários são belos, porém, as peculiaridades da crônica me inclinam para ela. Comumente, o aspirante à escritor, classifica por crônica, quase tudo, o que escreve. Escrever é uma delícia; dar vida às letras é ser fazedor de milagres – conduzir o abatido ao riso, o de espírito alegre ao pranto, o cordato à ira, ao que comumente passa os olhos no texto e, se detém na imagem, à meditação –, esses santos são raros. Em se tratando de milagre literário, o maior deles acontece através, de quem assina textos que, nada têm a ver com crônica, como se fosse. Li certo comentário, onde alguém disse: “o que o autor diz ser... é o que é.” Enganosa conclusão; como dizer que pão é bolacha e/ou vice-versa? Ambos são saborosos, porém, cada qual, possui uma receita específica que, se não for seguida... desandará.
A literatura e seus gêneros maravilhosos – mesa farta; pratos variados, cada qual, com sua receita. Invencionices nos levarão à seguimentos oriundos do original que deverão receber nomenclaturas e/ou denominações outras. Fato é que, ao compartilharmos experiências quanto, às regras literárias – ,estruturação de gêneros específicos, neste caso a crônica – há, quem cometa o equívoco, de falar sobre a liberdade de expressão escrita que, nada tem a ver, com regras de estruturação – mesmo que eu tenha a liberdade de dizer oralmente, ou, por escrito que, pão é bolacha... Quem o conhece saberá que é pão.
A receita para uma crônica está, em qualquer tema que, o autor saiba dosar a sua criatividade distribuindo: crítica e/ou humor em linguagem coloquial – ao entendimento do leitor; visão pessoal, particular sobre o fato proposto; poetizar descompromissadamente; falar de coisas sérias como se fosse conversa fiada. A receita poderá não dar certo, se a dosagem de citações de outros autores interferirem no contexto – sugiro que, essas citações sejam publicadas, em notas de rodapé.
¹ EstherRogessi,Crônica: Se não for curável... É crônica, Recife, 14/10/12.
² O inventor do Indriso – Isidro Iturat foi categórico ao dizer:
(... “O único limite no indriso está na associação dos dois tercetos e das duas estrofes de verso único duplicados, pois é isso o que o define. Às inúmeras variações, que se nos apresentam, são de outros autores. No entanto diz Isidro, não achar pertinente assumí-los, como tais, e, exorta a todos quantos, estiverem usando as novas estruturações a procurarem “outras denominações e/ou nomenclaturas, para se referirem a elas...).”