«Eu quero amar, amar perdidamente»
Este núcleo de poesia tão discreto,
Mas que bom é o nosso anfitrião
A mudar o sério para um riso aberto.
«Recordar? Esquecer? Indiferente!».
Mas recordar, é bom, traz alegria
E esquecer é mau, faz mal à mente
E indiferente? Só traz monotonia.
«Se há uma primavera em cada vida»
A nossa lá vai, perdendo a pedalada
Naquela estrada por nós já percorrida
«E se um dia hei-de ser pó cinza e nada»
Porquê?! Tanta ruga, tanta prega,
As verrugas, as carecas, a papada.
Volena (Florbela Espanca)