Procura-se algo novo para massacrar mais o pais
Procura-se neste povo alguma coisa mais feroz
Procura-se alguém que no fundo da austeridade diz:
“Estas medidas são para os outros, a mim não me afectam de modo atroz ”
Há sempre quem na profunda miséria dos que querem ser miseráveis
Diga que isto não o afectou
Porque enquanto o dinheiro prolifera
A classe mais rica ,na boa, se escapou
Mais austeridade, dizem os políticos
Mais formas de roubo diz a sociedade medíocre
Que apesar do pouco que ás vezes lucre
Não é de desistir de lutar para sobreviver
Os pobres, digo eu, só ficam pior se não tiverem mais vontade
Porque a televisão esconde fortunas
Por detrás do papel daqueles gunas
Há sempre um ou dois mais favorecido
Protestar??? Não é resistir é ser cobarde
É mostrar ao rico político submissão
Enquanto se perde dinheiro a dar á boca
Outros ouvem e por trás ganham cada vez mais tostão
Austeridade?? facilmente desaustera
Porque a sociedade tem todos os seus segredos
Dos tempos antigos correm grandes medos
Que se sabem que irão se ver renascidos
Política??? Oh sim, um abraço ao Senhor Relvas
Ganha dinheiro a ser miúdo
Vê o povo de alto a baixo
Come Donuts até ter a forma de um universitário “canudo”
Mas deixem-se estar, que haja austeridade, parabéns
É de vigários que se faz o mundo
E como, nós, povo, somos seus reféns
Que se deite abaixo o regime mudo
E se faça erguer das campas uns vinténs
Já chega de arranjar reféns
Flávio Miguel Pereira, poeta