Se, falo tanto da saudade com tanta insistência,
tamanha intensidade é porque talvez, a saudade,
dos sentimentos, o que mais expresse o amor.
A saudade chega ser maior que a dor de um apego,
maior que a falta do chamego que esse amor nos traz.
A saudade bate forte machuca... Fere e arde!
Prende o amor na alma acaricia... Bajula!
Saudade são lágrimas escondidas que escorrem
vagarosas rubras e tímidas. Eterna companheira
dos quem amam é uma dor perversa
que aperta e sufoca. Ainda que, melhor
senti-la, a nunca encontrar-se apaixonado!
Ah, a saudade... Essa brisa suave refrescante
que toca fumegante, a labareda de um amor sem fim...
Saudade que aperta desatina embaralha desequilibra
e sinaliza o quanto estamos vivos! Donos de um sentimento lindo puro cristalino que por assim ser, poucas vezes,
usufruímos!
Saudade... Esse sentimento inquieto
que acomete percorre caminha e no assoprar
do vento é todo encantamento!
É o corpo ardente que sente calafrios
por quem não veio e, que permanece vazio
ao mesmo tempo em que cheio.
Ah! Quero uma saudade que persista
o tempo inteiro! Instigue vontades, acelere
o coração. Quero uma saudade que puxe lágrimas
do peito fecundo onde cavalgue num sonho úmido, o poeta.