Luso-Poemas
 
Poemas : 

VERTIDOS (a ferver)

 
Entra. Fecha a porta.
Não, deixa-a entreaberta
para que a brisa nos espreite e sopre.
Será preciso!...
Molha-me a boca
seca-me o ácido dos dias sem ti.
Enlaça-me
chama à tua a minha pele
cessa os meus momentos mornos
de invernos impiedosos.
Pára. Não desabotoes a seda que me cobre o peito;
rasga-a em tiras desalinhadas
quero-me como farrapo em teu corpo.
Abraça-me, suga-me, ferve-me
salga-me o corpo no teu transpirar.
Arrasta-te à parede e volta-te para ela
quero partir contigo as fronteiras do desejo…
Levanta os braços, abre as mãos em palmas
e mancha de água a parede envergonhada.
Seguro-te e arrepias
solto-te os seios acesos
pego-te os pulsos e sinto o sangue a arder!
Rasgo-te, como rasgado estou de mim...
Afasto-te as coxas, vergo-te e beijo-te a nuca.
Sinto os pés no chão vertido.
Vou para ti desnorteado, endoidecido…
e não quero saber, sequer
se a porta se abriu completamente ou se fechou.

JL

 
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jluis
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Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/10/2012 21:57  Atualizado: 12/10/2012 21:57
 Re: VERTIDOS (a ferver)
Simplesmente maravilhoso seu poema. Um sensual tao
forte, mas no ponto certo, sem vulgaridade.
Gostei muito de voce ter repetido sua ideia da primeira linha,
no final do seu poema.
Fechou com chave de ouro!
Abracos,
~Mary~


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/10/2012 21:58  Atualizado: 12/10/2012 21:58
 Re: VERTIDOS (a ferver)
Uma entrega total poeta numa paixão intensa "(a ferver)"
Sensualíssimo.

Abraços
Luzia


Enviado por Tópico
NEUSA
Publicado: 16/10/2012 02:44  Atualizado: 16/10/2012 02:44
Colaborador
Usuário desde: 19/05/2010
Localidade: Rio Verde - Goiás Brasil
Mensagens: 1431
 Re: VERTIDOS (a ferver)
"Seguro-te e arrepias
solto-te os seios acesos
pego-te os pulsos e sinto o sangue a arder!
Rasgo-te, como rasgado estou de mim...
Afasto-te as coxas, vergo-te e beijo-te a nuca.
Sinto os pés no chão vertido."


Olá poeta!

Que delícia de poema, chamo-o arte!


Parabéns!



Neusa

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