Poemas : 

Olhar Criança - Lizaldo Vieira

 
Olhar criança – Lizaldo Vieira
Eita crainça danada
Cheia de presepada
Não não cansa
Nem descansa
Parece tudo liberado
Por um eterno mundo de brilho intenso
Novo
Palhaço
Embaraçado
Riso espontaneo nos dentes
Vê graça onde
Na desgraça
Onde nada parece engraçado
A minha criança ainda é assim
Descalsa
Descabelada
Travessa
Lambuzada
Teimosa
Buliçosa
Ttrepada na fruteira
Não tá parada
Nem calada
Ainda repousa no meu ser adulto
Aquela vontade de pular carda
Brincar com bola de gude
Jogar peteca
Jogar pedra no telhado vizinho
Pular com pernas de pau
Fazer casinha de caixa de fósforos
Panelinha de barro
Enfeitar boneca de milho
Correr o quarteirão no cavalo de pau
Achando que tudo e bom
Bonito
E engorda
A era infantil
Pueril
Chegou pra louvar a elegria
Sem pudor
Abalou no teatrinho
Se fez pai e mãe
E brinca de casinha
Cheia de festa da familia
Com santa ingenuidade
Representa tudo da vida
Com liberdade
Que o mundo desconece
O gato sapato
O cavalo a lado
A boneca Emília é gente
A cuca e o jabuti
São coisa mais lindas
Não saem da mente
Até sabiá e bem-te-vi
Se chegam com curiosidades da natureza
Vejo o belo da vida
Sem segredos
Nem medos
Que como intenso interprete da arte de viver
sabe ser sábia
Como é bom voltar a rir-se
Da tragedia
Da queda da vovó
Beliscar o coleguinha de sala de aula
E achar que é tudo muito normal
Nem um mau á vista
Quanta santa gargalhada
Lambuzada
Nem taí
Pra olhares reprovadores
Já vejo a criança rainha
O rei do mundo
Desafiando o corcunda de Notre Dame
Difícil é não querer
E Nem ver tão belo bicho de sete cabeças
Ensaiando suas peripecias
Sobretudo quando observamos o labor sem limites De imitar o mundo dos adulto s
Em derredor
Por um mundo crianças
Deveríamos começar tudo novamente
Construir santa abra
De reconquistar o mundo desconhecido
Onde o riso se democratisa
Sentindo o gosto das coisas com prazer
De quem como o doce bago de jaca mole
Deixando o caldo escorrer pelo canto da boca
Voltar àquela vontade da descoberta
No tocar das coisas
Ser cabeça dura
Pra repetir tudo de novo
Após uma cabeçada
Que bom
Ser gente miúda
Desus nos acuda da maldade
Santos em carne e osso
Pura luz e poemas dos nossos dias
Difícil é ver alguém
Quem não gosta
Ou desgoste
Desse relacionamento
Mercadamente doce
Altamente sincero
Mais que amor
É divino
Muito necessário.
Não diga que não de ver.
O menino correndo de braços abertos
Recorrer em seu encontro
Sete vezes travessuras
São muitos momentos de riso
Que nos deixam mais em sintonia com Deus
Se não tão real esse mundo infantil
Porque bons escritores para jovens e crianças,
Que dão vozes para bichos
Vejam Monteiro Lobato
Iriam se importar com esse mundo
O idoso o adultos voltam a reler a leitura
Do faz de conta
Colocar em dia
Os déficits de sabedoria com ingenuidade
Estabelecendo a ordem na desordem aparente
Na recriação do mundo criança
Pra não deixar submete-se
Na terrível ignorância do mundo adulto e dos adultérios
Queremos
Pois
Sermos também essa eterna criança
Que abre a boca pra tomar vacina na língua
Que faz cocô e pipi na roupa
Vivenciando o mundo da lua
E acha muito normal
Embora quase todos sejamos personagens da mesma
Base lunar onde a soberba aterrorizante
Limita esse nosso mundo poético e lúdico
De criança
Onde
Ainda o sonhar de reinventar
O mundo das coisas impossíveis
É plenamente possível
Até mesmo em fabricar
Capelinha de melão
Você que é filho do mesmo útero
Que não tem outra mãe
Nem onde ficar
Também pode brincar
De recriar outro mundo mais feliz
Até mesmo engraçado
Depende de nós



Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
Autor
Lizaaldo
 
Texto
Data
Leituras
870
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.