Se me amasses, eu seria feliz
Se existisses, eu o faria feliz
Se houvesse uma palavra
Daquelas que não se diz a toa
Eu não me calaria, diria a ti
Na curva do vento,
Sentaria para sentir-lhe a brisa
Desataria meus nós para desabotoar seus botões
Enfraqueceria um enorme desejo
Inundaria a minha nudez com toda água do mundo
Assistiria a uma partida de futebol para sentar a teu lado
Amaria mais a mim mesma
Muito menos do que sou capaz de amar-te
Viveria feliz, morreria em paz
Mas não há como inventá-lo novamente
Não há mais tempo, não é permitido
Calo-me, resigna-me.
Cada um assume a sua culpa
Chorando baixinho,
Enfrentando o espelho dia a dia
Vendo seu próprio rosto reconhecendo seu próprio algoz
Não há a quem culpar, não há como partir de si mesmo...
A dor é quem move seus/meus passos
A dor me salva da morte
Porque a cada dia, apunhalo meu coração com a sua ausência
Essa é a minha maior punição.
Mas creia, nem meu amor por você,
É maior que a minha falta de perdão.
Depois de todo esse tempo, ouso reinventar o que resta
Dói!
Mas continuo assim mesmo
Cada passo eu paro volto, prossigo recuo.
Dói!
Mas devo isso a você
Afinal, como olhar em teus olhos
Se não sofrer tanto para chegar a ti?
Essa é a minha maior desculpa para ir a você
Ainda que fique aqui em mim.
Esse amor que em pequenas porções
Salva e mata a minha alma
Grilhões e liberdade dentro da mesma palavra:
Saudade!
Escutar o silêncio é tão bom...(Estela)