OS DESPOJOS DA SAUDADE
A saudade é fogo. Talvez seja de todos os sentimentos, aquele que nos mais faz mover.
Saudade é todo o olhar frio e congelado...intenso e penetrante, numa parede branca, muda e sem qualquer reacção.
É todo o pensamento, frase e/ou texto que ficou por dizer. Saudade, é aquele(a) sujeito(a) que lá no fundo caminha de costas voltadas...sempre à distância de um pensamento.
Podemos designar a saudade, como todos os eternos segundos, contados lentamente pelo coração, deixando-se serem levados e esquecidos a cada instante que passa.
É o vislumbre bonito de todas as nossas melhores proezas, ainda que estas não passem de meras ilusões futuristas.
Existem em todo o lado as nossas próprias sensações de saudade, nem que estas pertençam a um passado longínquo, pois tudo se resume a isso mesmo...ao passado.
Chamo de saudade, a tudo que seja inteiramente meu por bondade ou fraqueza, como aquelas vitórias aglomeradas deixadas caídas no esquecimento.
Posso dizer, que é toda a merda difícil de engolir ou que não tem digestão.
Por cada palavra que aqui deixo, toda ela tem a sua saudade...assim como todo o segundo que passa, todo ele tem um tempo que o cura.
Nuno Nebel