Vem voz,
Vem que aprendi a ouvir.
Ouço de mim,
mas já sei discernir quando a minha
ou a vossa voz vocifera,
ladra em minha orelha interna
as palavras de um rito pagão.
Sussurre voz, sibile sensações de palavras
em forma de ideias,
palavras disformes que lambendo vão
o meu de dentro
e aqui de fora
ouço.
Vem voz sublime,
estranha e familiar.
Vem das entranhas e entrelinhas
de contemplar-me,
de ouvir em mim outra voz - vossa.
Voz distante e proximal,
aproxime também de mim,
o bem, o mal, o fim;
sobretudo o fim.
Ai de mim, vossa voz minha!
Fale-me tudo, menos a verdade.