- Acorda!
A voz chamou-me de uma maneira alegre. Não me apetecia abrir os olhos, pois havia muita luz. - Onde estou? – Perguntei.
- Dormiste como um bebe. – Respondeu.
- Mas onde estou? – Voltei a perguntar.
- Vamos lá preguiçoso, pensa. – Disse-me a voz. De facto não estava a pensar. Respirei fundo e deixei que a memória me invadisse.
- De facto dormi muito bem. – Disse.
- Está um dia lindo.
- Óptimo. Apetece-me sentir a natureza.
- Tens alguma coisa planeada?
- Nem por isso. Vou tirar o dia para mim.
- Para isso inventaram o Domingo.
- Isso mesmo. – Abri então os olhos, agora já habituados à luz. Sentia-me bem. Tinha dormido profundamente durante várias horas. Sorria naturalmente. Estava feliz.
“Para amar o abismo é preciso ter asas…”