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Quem me dera

 
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Sou ainda quase o que fui,
quase ainda, o que não quis ser,
outro tanto, o que me fez viver
-
trago sinais no corpo,
constelações que o sol matou,
asas de cera que o medo nunca me queimou.

Quem me dera ser segura,
saber sempre a boa altura,
o risco que piso,
o voo que atinjo!

Mas, sei...
terei sempre por chão as nuvens,
por terra, o travesseiro
e por sede, o veneno de um tinteiro.


Teresa Teixeira


 
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Sterea
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Enviado por Tópico
Runa
Publicado: 02/10/2012 22:14  Atualizado: 02/10/2012 22:14
Colaborador
Usuário desde: 24/04/2010
Localidade: Santo Antonio Cavaleiros
Mensagens: 1174
 Re: Quem me dera
É essa sede e esse veneno que nos fazem buscar, para além das palavras, um outro sentido para aquilo que talvez nunca chegaremos a ser...
Muito bom o teu poema, amiga. A última estrofe fecha o poema com chave de ouro. Gostei muito.

Abraço

Runa

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/10/2012 22:43  Atualizado: 02/10/2012 22:43
 Re: Quem me dera
Fantástico poema.Escrito com classe e a categoria de poucos.``Ser ou não ser eis a questão´´.abraços querida
mary

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/10/2012 22:46  Atualizado: 02/10/2012 22:46
 Re: Quem me dera
Poem que entrelaçam bela palavras, formando essa metáfora

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 03/10/2012 02:11  Atualizado: 03/10/2012 02:11
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: Quem me dera
um tinteiro em brasas
com vontade de estar em meus braços
sem vontade de sair...
quer estar de novo, na mesma pessoa
quando lembra da palavra que voa
estando aqui em tinta e asas nobres

só pra matar o que alimenta, invade, habita

beijo ao que há (tu)