A tenho em mim
Passeando, ainda, naquela cena, última que tive
Ao seu lado
Silencio como regra. Declaração na ponta da língua
Emudecida
Seus pequenos dedos macios entrelaçados
Ainda nos meus
Ainda era dia
Ainda era minha
A tenho em mim
Vestida em vestido de moça mulher
Caminhava-mos á lugar algum
Lentamente...
Saber da última de todas as últimas vezes, machuca...
Todo o calor do Sol se concentrava em suas mãos
E tive medo
E senti que já não era mais capaz
De faze-la feliz
Mas não ante o último beijo
Que evitei a custo mortal , preço de alma
Agonia severa jorrando de meu coração
E de seus lindos olhos, lágrimas de verão
Um balbucio em seus lábios trêmulos
Adeus... meu amor
Então meus olhos inventaram de chorar
Não como um menino indefeso
E sim de um homem desde já sequioso
De saudades por seu recém amor falido
Ao tornar seu corpo, estátua de carne, osso e coração
Olhando inconformado sua princesa partindo
Pela última vez...
A tenho em mim
Não como o quadro exposto no álbum de fotografias que tivemos
Não como uma aventura noturna e jovial dos tempos rebeldes
A tenho
Unicamente
Rosa que soube ser completo jardim
Nas terras arenosas e deserdadas deste meu inquieto coração.