Um amigo falou-me da minha tolice,
eu desesperado, consciente, lhe disse:
- È uma tolice que o meu ser ama!
Mas a amo com tal grandeza,
que do meu amor tenho a certeza,
minha alma não se engana.
Esse amigo disse que ela não me quer,
eu quero lá disso saber!!!
(disso sei, por isso sofro, com isso vivo)
Só me resta agarrar-me a este desejo
por tudo o que sinto quando a vejo
que agarra, me prende e me traz cativo...
É a pedra da calçada do chão que me guia a casa,
é a pessoa em que penso quando penso amar alguém,
é o sol da manhã que ilumina o meu coração,
por ela coro, choro, adoro, ignoro, namoro.
é um sorriso parvo, ignóbil, dimples que deploro
é, para já, a minha única e derradeira perdição!!
É um aperto tão forte no peito,
que parece ser difícil viver
sem saber que ela existe
seja comigo ou outro alguém;
É a ela e a mais ninguém
que o meu ser não resiste!
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.