São nos segredos com que alinhavo
os silêncios nús dos meus lábios
á brisa que me afaga… esquiva
que eu me reinvento em sóis passados
e presentes, selvagens em mim
Vendo tempos por palavras,
nos círculos cartesianos do teu corpo
esfinge purificada
nos arcaboiços de Deuses descrentes
e em cavalos alados, unicórnios
dançando imponentes no fogo
de um poema rendilhado de ternuras
por onde se perdem rubras
nas labaredas apagadas do teu corpo
cego em mim
E o poema reescreve-se em silêncios
escondidos
na epiderme desidratada
E o poema reescreve-se húmido
em lampejos puris da mente desatinada
E o poema reescreve-se, prisioneiro…
Escrito 20/09/12