Que dormes ao relento
Colchão de papelão
Na rua da ilusão
Debaixo das escadas
Ou mesmo na calçada
Fazes da rua o teu lar
As estrelas são cadeeiros
Que iluminam o teu rosto
Fustigado pelo tempo
Das marcas do teu passado
Sem abrigo uns te chamam
Com amor ou com desprezo
Não fazes mal a ninguém
E a todos queres bem
És o espirito da liberdade
No silêncio da noite
Desta cidade adormecida
(Gaspar Oliveira)
Gaspar oliveira