Quando me sento à janela
uma claridade perfumada inunda
cada letra
cada palavra
cada frase
e toda a conversa que te escrevo
linha a linha
os meus dedos conversam contigo
sem que dês por isso
e nem mesmo o silêncio das tuas respostas
me fazem crer que no futuro
num dia incerto
guardarei de vez as palavras comigo
escriba serei sempre
mesmo que as linhas não se estendam como dantes
paralelas
equidistantes e negras nas folhas de papel