Decerto que estava serena a noite
No céu as estrelas cintilavam
A polar na sua missão milenar
Da floresta uma impar sinfonia
Fazia-se ouvir na velha e nobre Nitéroi
Num sussurro de cascata
No chilrear já sonolento
Que as aves escolhiam
Como melodia da noite.
Neste clima que não é de há muito
Mas que um punhado de anos
Arrostara no seu caminhar
Imprimindo em nós o sentido do tempo
O nascer de alguém fez-se milagre
Por não ser um alguém qualquer
Mas um homem que se quis do mundo
Por deste exigir cidadania plena
Por em si regurgitarem
Efervescentes flocos de fraternidade
Que impôs como universal dádiva
Por na natureza arrebanhar o belo
Do violão auscultar a magia
Na terra dos simples encontrar sua jeira
Por conhecer do samba o valor
Dos encantos da mulher
Sorver abundante o calor
Por tudo isso, querido José Silveira
E porque nas tuas sábias palavras
Luz a musicalidade
Cantar o teu aflorar ao mundo
É cantar uma elegia à Verdade
Os amigos LuciusAntonius e Olema