De forma peculiar, John Stuart Mill (1806 -1873), fez notória a dificuldade que às mulheres encontrariam no tocante a fazer valer a própria emancipação. Isto, devido a multiplicidade de condicionamentos a elas impostos. Mesmo diante de tantas vitórias, alguns destes, ainda subsistem maquiados. Em todos os tempos, esteve presente uma triplicidade de sentimentos contrários à mulher: o sexismo, o machismo e a misogenia – aversão a tudo quanto seja feminino.
Ao longo do tempo, a mulher passou por vários tipos de opressão, em grupos sociais diversificados. No passado, subjugadas pela classe dominante – senhores de escravos – que as usavam e tinham sobre elas todos os direitos - acobertados pela Lei -, como se fossem objetos . Na realidade “os homens” sempre tiveram em si, o sexismo – favorecimento de um sexo em detrimento de outro; diferente do que se denomina machismo, por ser este, um sentimento que denota ódio.
Exemplifiquemos essa conduta abominável, através do caso do Taliban, contra as suas mulheres – as mulheres de Cabul .
Como o homem sempre esteve – por si próprio – à frente da mulher, em posição de comando, ditando Leis e, emendando-as sempre com a visão voltada para o sexismo tratou, para que essas, fossem educadas, de forma a acatarem o subjugo de seus senhores. Hoje, não mais em senzalas fétidas, porém, em senzalas d’ouro, habitat de escravas brancas e perfumadas - ditas madames.
As classes dominantes do passado mantinham um distanciamento dos seus dominados. A diferença nos nossos dias está nas prisões sem grades; no fato de a classe dominante ser íntima do dominado.
A visão sexista é oriunda da Bíblia sagrada?
Penso que se assim fosse, certamente, essa interpretação bíblica sexista adviria do homem, jamais de Deus. A Bíblia é direção para o homem, reconhecidamente temente, sabedor da existência de Deus. Independe de credo. (Gn 2.18) E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só, far –lhe-ei uma adjutora que, esteja como que diante dele.
Como que diante – não por trás; não sob; menos ainda, adiante ou à frente. Porém, lado à lado: em posição de igualdade, em amor.
Diante desse fato comprobatório, biblicamente falando, qual a origem, da visão sexista aderida por alguns, de ser o homem sobre – subjugando-a e, contrariando a Palavra de Deus que diz: “(...) Porque Deus não faz acepção de pessoas?”
Dt 10:17 — Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e, temível que , não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno.
N.T Tiago 2:1,9 — Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas... se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela Lei como transgressores.
Há passagens nos livros e epístolas bíblicas, situações que denotam o subjugo das mulheres, penso não vir do Deus incorruptível e justo, essa observância, mas se deve tal interpretação, a sentimentos sexistas imbuídos em homens que traziam em si, vestígios de dogmas existentes em suas raízes. Hoje, a luz do evangelho pleno; do amor verdadeiro de Cristo; da revelação do Cristo ressurreto, não podemos achar coerência na disparidade de pensamentos, atribuídos por muitos ao caráter imutável e amável de Cristo.
Eras diferentes: senhores feudais, patriarcais.
Caráter sexista, feras à solta! Cuidado! Presas... não fiquem!
Não fiquem presas!
EstherRogessi. Sexismo : O Taliban de todas as eras.
Crônica. Categoria: Narrativa. 08/09/09.