- Porque lutas contra mim?
- Porque tu és a destruição, não tens sentimentos, tens um coração frio como o gelo e duro como o aço.
- Só por isso! Pensei que também tinhas.
- Não, não tenho.
- A sério? olha que eu não concordo.
- Em que te baseias para dizer isso?
- Eu acho que és um bom actor. Que brincas aos sentimentos. Passeias-te por aí em busca de sentimentos novos, mas… Eles duram pouco em ti, depressa se dissipam como um sonho. E passado algum tempo estás novamente igual a mim. Frio, implacável, destruidor… Mas por algum motivo que desconheço, continuas a fingir que sentes… Porquê?
- Talvez porque tenha a capacidade de sentir. Não percebo porque não aceitas isso. Para mim tu és o mal.
- De certa forma és muito pior do que eu… Eu sou como sou e admito isso. Tu és como eu mas finges não ser. Gostava que me dissesses o porquê?
- A força que provem do teu ser frio é a tua própria limitação. Há mais coisas no mundo do que aquelas que tu conheces. Não consegues aprender pela tua limitação fria.
- Então o meu raciocínio está certo, és bem pior do que eu. Tens a minha frieza e a hipocrisia do mundo no teu coração.
- …
“Para amar o abismo é preciso ter asas…”