[III]
Mais introspectivo,
Numa exaltação interna,
Sentado nas escadas do cais,
De olhar perdido na outra margem do rio,
Pressinto o assédio das águas
Em movimentos pendulares,
E tu Senhora do Lago,
Desvaneces em bruma na madrugada.
Os salpicos das ondas paridas no atracar dos barcos,
Num estremecimento viril,
Despertam-me do sonho de me inventar Merlin.
A Praça do Comércio é desflorada num mar de gente
Na desfaçatez dos dias sempre iguais.
Apago o último cigarro
No instante em que estendes a tua mão
Murmuras em ternura um pedido e uma ordem
Numa única palavra:
Vem!
E no silêncio dos nossos olhos dançamos a última dança.
Texto composto por três partes. esta é a ultima.