Trazes em ti o aroma da terra fresca,
O vento que agita os trigos ainda nascentes,
O voo das andorinhas ao fim da tarde
Enquanto te despes e danças para mim.
Os teus braços abrem-se em asas,
Os teus olhos esperam pelos meus olhos,
As tuas mãos ficam nas minhas
E o teu sorriso pergunta ao meu
Pelos trilhos dos nossos desejos.
O tempo deixa de ser tempo
No tempo em que nos envolvemos num abraço,
E os sonhos adormecem no calor dos corpos,
Trementes e envergonhados pelo desejo adiado.
As nossas bocas aventureiras,
Perdidas na ânsia de se tocarem,
Abrem-se na agitação das nossas línguas,
Em beijos húmidos e profundos.
Libertamos as mãos,
E elas procuram novos caminhos nos nossos corpos.
Abrimos as portas que há em nós,
Entras em mim, eu entro em ti,
Há um lago de eternidade no fundo dos teus olhos,
Deste-me o abismo do prazer
E eu aprendi a soltar gemidos
Quando a flor do teu corpo
Aperta em laço húmido e quente
O fruto que te entrego a pulsar.
Acabamos sempre náufragos, abraçados,
Na praia dos lençóis desalinhados.
Com uma concha madre pérola
Escrevemos na areia...
… AMOR...