Não, não são rosas
meu amor
são cravos vermelhos
que choram nas ruas em dissabor,
as rugas do povo
caem nas valetas
as canções falam de paixão
traição ou simplesmente
refrões ocos
que entretêm os loucos...
Nas calçadas dormem
cada vez mais almas
os sonhos são noites vazias
com os dias de olhar
caído nos rios,
rostos sem nomes
números crescentes
vazios decadentes...
A monarquia tem agora outro nome!
Não, não são rosas
meu amor
são cravos vermelhos
em coroas de espinhos
com lágrimas de sangue
no calvário dos perdidos
que nascem e morrem
sem conhecerem as cores
que um povo lutou
e agora a memória
é tão somente história
nas bocas que Maio sufocou!
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...