Deitada, corpo meio adormecido,
A respiração entre o sonho e acordada
Comprimes o teu peito contra o meu.
Eu sou oleiro, e tu és barro, amor.
Os meus dedos sentem na tua pele
O prazer do oleiro
No preciso momento em que o teu pequeno pedaço de barro
Se abre ao toque da minha mão.
As argilas são rochas, amor,
Que os nossos beijos transformam em macios caulinos,
Argilas vermelhas, ardentes
Colocadas no centro da pedra de oleiro da nossa cama.
O teu barro fica húmido, escorre pelas mãos,
Pelo corpo
Penetra em mim e eu em ti.