Enviado por | Tópico |
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AnaMartins | Publicado: 11/09/2012 18:33 Atualizado: 11/09/2012 18:33 |
Colaborador
Usuário desde: 25/05/2009
Localidade: Porto
Mensagens: 2220
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Re: …dóceis como ópio
Olá Menina!
Este poema pode ser para tão boa gente...Sóbrio e directo! Beijinhos |
Enviado por | Tópico |
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Transversal | Publicado: 11/09/2012 18:37 Atualizado: 11/09/2012 18:37 |
Membro de honra
Usuário desde: 02/01/2011
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Mensagens: 3755
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Re: …dóceis como ópio
e como se nega um olhar, perguntar-te-ei?
"não rasgues (um) céu encharca-o no brilho que refutas na garganta do meu silêncio guardarei teus gritos, penosamente agora que já não consigo ver". Amor/ódio tão intrínsecos, que sejam "...dóceis como ópio" (o ópio não será nunca dócil em suas viagens). Parabéns. Obrigado. Abraço-te. |
Enviado por | Tópico |
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visitante | Publicado: 11/09/2012 19:21 Atualizado: 11/09/2012 19:21 |
Re: …dóceis como ópio
Adorei este seu poema...
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Enviado por | Tópico |
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Jmattos | Publicado: 11/09/2012 20:21 Atualizado: 11/09/2012 20:21 |
Usuário desde: 03/09/2012
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Re: …dóceis como ópio
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Enviado por | Tópico |
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Sedov | Publicado: 11/09/2012 21:42 Atualizado: 11/09/2012 21:42 |
Super Participativo
Usuário desde: 27/08/2012
Localidade: Lisboa
Mensagens: 119
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Re: …dóceis como ópio
São palavras que enchem a boca. Experimentei ler o teu poema em voz alta... pareceu-me ainda melhor.
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Enviado por | Tópico |
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Vania Lopez | Publicado: 14/09/2012 01:42 Atualizado: 14/09/2012 01:42 |
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
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Mensagens: 18598
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Re: …dóceis como ópio
Eu que desde o primeiro poema virei fã
dessa tua assinatura única em poesia. bjs e imensamente obrigada |
Enviado por | Tópico |
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Margô_T | Publicado: 25/07/2016 15:54 Atualizado: 25/07/2016 15:54 |
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
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Re: …dóceis como ópio
É desta tua força poética que eu gosto: agreste, selvagem, impetuosa… por vezes até chocante e trágica.
“não me negues o olhar agora que já não te consigo ver” Ser visto quando não se vê que se é visto… sem que haja uma constatação dessa visão. Porém, não há aqui um pedido, é uma ordem que se ouve neste teu primeiro verso: “não me negues o olhar” (começar um poema assim é pregar o leitor desde o início… esse mesmo que não consegues ver e que te segue, aqui, à distância...). “os sentidos perderam-se na boca do inferno na língua de cadáveres esfomeados penosamente, dóceis como ópio” os sentidos perderam-se… os sentidos estão agora adormecidos, anestesiados… Mas essa sensação de entorpecimento é aqui retratada com brutalidade, com imagens rudes e fúnebres, nada “dóceis como ópio” e, ainda assim, como negar que nos viciam e nos atraem, apesar de terem tudo para nos repelirem? Falar de inacção recorrendo ao movimento de uma imagem típica dos infernos de Dante… falar de inacção, assaltando o leitor (que não pretendes, de modo nenhum, que te leia passivamente). “não rasgues o céu que não te pertence no brilho que refutas com inglórias de tudo, que já não te é semelhante, guarda o fato preto, abutre! ” O “céu” que não se rasgue senão nesta tela de palavras que aqui desenhas, enquanto trocas o “brilho” pelas “inglórias” e mandas o abutre tirar o seu “fato preto” porque o que aqui expões (abruptamente) não é caso para luto, ainda que tudo se desmorone e pareça que estamos num terreno apocalíptico. “encharca-o de naftalina” Nada de se rasgarem céus nem de se estragarem fatos com traças. É favor manter o decoro que isto soa a pesadelo, mas ainda há lugar para rasgos de polidez (contraste delicioso…) “quando eu morrer serei as cinzas da tua cegueira, na garganta do meu silêncio guardarei os nós do arame farpado dos teus gritos” Serás o resto do que não se vê… ou serás o resto do que te vê quando já tu não o vês? (e, assim, retomamos o primeiro verso e a cegueira é aqui a incapacidade de ver quando se deve ver - quando se olha e se é olhado, em simultâneo). Cego aquele que te vê tarde demais, portanto… quando os teus sentidos já adormeceram, os olhos já se olham em direcções opostas, e na “garganta” do teu “silêncio” ficaram gravados os “nós do arame farpado" dos "gritos”. Tomo este teu poema como a tua garganta e nele vejo todos os silêncios que guardaste. Nele se vêem, também, os nós, o “arame farpado” e os “gritos”. É desta força que me lembro quando penso na tua escrita. Foi esta força que me marcou. |